terça-feira, 25 de agosto de 2009

Airbus A350 pode ser equipado com sistema automático de descida em emergência.

A Airbus está considerando equipar os A350 XWB com um sistema automático que levaria a aeronave a descer automaticamente se fosse detectado uma baixa pressão de cabine (quando cai as máscaras de oxigênio, por exemplo).
O sistema entraria em operação somente se os pilotos não responderem a tempo a um alerta – potencialmente indicando que a tripulação poderia estar incapacitada pelos efeitos da falta de oxigênio.
A falha em não reconhecer a falta de pressurização em um avião da Helios a quatro anos atrás levou todos dentro da aeronave à sofrer de hypoxia, deixando o avião voando sem controle em altitude de cruzeiro até acabar o combustível e cai.
Quando eu li sobre esse sistema, minha primeira reação foi: Sou contra, afinal é mais um componente adicionado no já ultra-automatizado Airbus que pode dar problema [Artigo interessante sobre excesso de automação e o acidente do AF447 - Em Inglês]. Na minha opinião, não se pode tirar a autoridade dos pilotos de reagir a um imprevisto, nem mesmo em nome da segurança. Hoje em dia as vávulas de pressurização das aeronaves comerciais já são redundantes e muito confiáveis, não há muitos casos de despressurização a não ser por falha estrutural ou explosões,então não entendi o propósito do sistema. A não ser que haja alguma ligação com o Air France AF477 que mostrou mensagens de ACARS de “Cabin Vertical Speed”. No entanto esse sistema automático não funcionaria também no caso do AF447, uma vez que ele perdeu todas as informações de Airspeed, causando a perda dos Autopilots, que serão necessários para efetuar uma descida de emergência.
Aceito opiniões, mas não vejo sentido nesse sistema automático de descida.
Não sou contra a tecnologia embarcada, muuuuuito pelo contrário, eu adoro trabalhar com o Boeing 777 e seus vários computadores, me dou muito bem com eles. Mas não se pode tirar do piloto o que ele mais sabe fazer: decidir a maneira mais segura de voar.

Parafraseando o texto do link acima sobre automação:

"A generation ago, many commercial pilots were ex-military, trained to dogfight and cope with every eventuality. That generation is now retiring, replaced by young men and women for whom the cockpit of a modern airliner resembles a computer game more than anything.

And tragically, sometimes, the computer crashes. And sadly, sometimes, so does the plane".

Na geração passada, muitos pilotos comerciais eram ex-militares, treinados em combate para lidar com qualquer eventualidade. Aquela geração agora está aposentando, sendo substituída por jovens homens e mulheres para quem o cockpit de uma aeronave moderna parece mais com um video game do que qualquer outra coisa. E tragicamente, as vezes, computadores “caem”. E tristemente, as vezes, os aviões junto com eles.

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